Desde que Michel Temer assumiu a presidência do Brasil, em 2016, o governo tem se envolvido em uma série de medidas controversas e arriscadas para tentar estabilizar a economia e política do país. Algumas dessas apostas podem ter efeitos positivos a longo prazo, mas outras já mostraram suas consequências negativas no presente.

Uma das principais apostas do governo Temer foi a reforma trabalhista, aprovada em 2017. A medida flexibiliza diversas leis trabalhistas, como a jornada de trabalho, o banco de horas e as férias, com o objetivo de estimular a criação de empregos e atrair investimentos para o país. Porém, a reforma foi muito criticada por setores políticos e sociais, que a consideram uma precarização das condições de trabalho e um retrocesso aos direitos trabalhistas.

Outra aposta polêmica do governo foi a Emenda Constitucional 95, aprovada em 2016, que congela os gastos públicos por 20 anos. A medida foi apresentada como uma forma de controlar o déficit fiscal do país, mas tem sido criticada por diversas entidades, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), por cortar investimentos em áreas essenciais, como saúde e educação.

Além disso, o governo Temer tem enfrentado a maior crise política do país em décadas, com diversas denúncias de corrupção envolvendo o presidente e outros membros do governo. A tentativa de manter Temer no poder e aprovar medidas impopulares tem gerado tensões e protestos em todo o país, além de afetar a imagem do Brasil no cenário internacional.

Por outro lado, o governo Temer tem tomado medidas importantes para tentar recuperar a economia do país, como a aprovação da reforma da previdência e a retomada de privatizações de empresas estatais. Essas medidas podem ser cruciais para atrair investimentos estrangeiros e aliviar a crise econômica que o Brasil enfrenta.

No entanto, é preciso fazer uma análise crítica das apostas do governo Temer e de seus efeitos a longo prazo. A reforma trabalhista pode, de fato, estimular a criação de empregos, mas se isso acontecer sem a garantia de direitos trabalhistas mínimos, pode gerar uma precarização dos trabalhadores e um aumento da desigualdade. Da mesma forma, o congelamento dos gastos públicos pode ter um efeito mais negativo do que positivo, se continuar tomando investimentos em áreas essenciais.

Em conclusão, as apostas do governo Temer são arriscadas e têm consequências tanto positivas quanto negativas para o Brasil. Caberá aos cidadãos e à sociedade civil avaliar e pressionar o governo para que as medidas tomadas sejam realmente benéficas para o país e seu povo.